quarta-feira, 26 de agosto de 2009

E depois de tanto tempo eu descubro que meu Pierrot era Arlequim, que eu o via bonito, mas que era feio, que eu o via bom, mas que era mal, que era o grande amor da minha vida, mas que nunca seria capaz de viver pra mim...e de repente, como se tudo se esclarecesse como um dia de sol após um grande período de chuva, eu descubro que o meu Pierrot nunca foi Pierrot e que por ser Arlequim o amei tanto, e que o Pierrot, por ser Pierrot ama-me tanto e sempre me amou...como qualquer outra história de amor, trocam-se os nomes, o cúpido erra a mira...hás de ser sempre meu Arlequino, do teatro de Marcelo, das pontes de Roma...aquele que eu não pudi tocar, mas que me fez sentir mais que qualquer outro...sua pombinha segue seu caminho feliz com seu Petrolino, triste Arlequino, sem jamais deixar de te amar, sem jamais te ousar tocar...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ladrão de mim, roubou-te de ti….

Naquela sacada de Napoli, ouvíamos exaustos os gritos italianos…gritavam por tudo, pra tudo, eram gritos pra vida, pra nós, não ouvimos…Naquela fonte, aquelas águas nos chamavam pra deixar nossas palavras sobre o amor sair da boca em forma de beijos, dos braços, em forma de abraços, não sentimos…naquele teatro, a vida nos convidou a contracenar um espetáculo de amor, preferimos, porém, uma tragicomédia…naquela pista de gelo, no dia do natal, você com as pernas bambas, eu te segurava pela mão, a vida nos convidou para uma comédia romântica, preferimos uma cena de comercial, rápido e superficial…

Coloco aqui tudo em primeira pessoa do plural pra tentar me esquecer de tudo aquilo que eu sabia e que você fez questão de não saber. De tudo aquilo que eu sentia, que você fez questão de não sentir…vc me roubou de mim, mas o que me consola é saber que você também não é mais o mesmo, ao me roubar, roubou de si próprio também muito de ti…

Outro bom conselho…

“chora, não vou ligar, chegou a hora, vais me pagar, pode chorar, pode chorar……

….vc pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão…”

Minhas lágrimas secaram, agora sinto alegria em ver que tens, assim como eu já tive um dia, lágrimas pra chorar. Que aproveite a bela oportunidade pra descobrir a poesia que existe no sofrer, que na experiência de não ser amado encontre o brilho nos olhos que deixou na infância. Que na dor que sentes, que parece que vai te rasgar o peito, encontre a coragem de amar mais. Que ao ver que pra mim já não é mais ninguém, torne-te alguém mais notável para o mundo. Que o fato de não conseguir me esquecer, com nada que faça, que compre, ou que consuma, o faça aprender que na vida a gente vem pra ser e não pra ter. Que a perda do controle te faça aprender que podemos planejar muitas coisas, mas não podemos planejar não sofrer. Que a falta de sono te faça lembrar de quantas vezes preferiu dormir a amar. Te desejo do fundo do coração, que encontre a paz…

“Durmas!”

domingo, 5 de abril de 2009

Sweet children of mine

 

Já não sinto mais saudade…já tenho meu amor resolvido e guardado de volta, quieto e tranquilo dentro do peito…ele já se esconde tanto que nem o sinto mais…

Hoje em dia só as crianças me emocionam, só elas me movem, elas me fazem acordar feliz e dormir em paz…sinto nelas a paz de saber que ainda existe pureza, amor genuino, resposta sincera, felicidade de graça, dança sem jeito, briga boba, choro sentido, tristeza profunda, amor de verdade, ansiedade pelo dia seguinte,dia feliz….

Com elas a vida tem gosto de algodão doce, o coração fica sempre feliz ancioso e aflito, como quem está em um carrinho bate-bate, esquecer é uma questão de novas distrações, gargalhadas são tão fáceis quanto as caretas ou os tombos que as causam….

O choro? Não existe gargalhada prolongada sem choro em seguida, um faz parte do outro, são irmãos…até as crianças sabem disso…

Luz!